Lucia Stafin

“Aos que Deus chamou, também os tornou justos. E aos que tornou justos, também os glorificou.” (Rom. 8,30-39)

Seu pai Leopoldo veio da Alemanha do sul, em 1933; com mais dois Irmãos. Estes aproveitaram a oportunidade de uma fuga de refugiados do nazismo. Chegando no Paraná, Leopoldo se estabeleceu no interior de Guarapuava. Comprou alguns alqueires de terra de mata virgem. No início teve uma vida muito sacrificada. Ficou em casa de vizinhos, enquanto construía a casa e providenciava os móveis necessários. Após o casamento com Vitória Karpinski Stafin, idealizou e construiu um moinho movido à água, servindo trigo e milho moídos para todos os moradores do sítio. Lucia foi a filha mais velha de uma família numerosa de 11 irmãos. Eram 08 filhos e 03 filhas.  

Tudo ia muito bem, os filhos foram crescendo até o nascimento da última filha. O inesperado também aconteceu, o pai ainda novo ficou doente com problemas de rins e um tempo depois veio a falecer, deixando a mãe responsável pelos filhos pequenos. A família muito unida, superava todas as dificuldades orando. Diariamente, a mãe se reunia com os filhos, para pedir força e coragem a Deus, a fim de seguir em frente. Rezavam o terço todos os dias, pedindo as bênçãos de Nossa Senhora. À medida que os filhos cresciam, cada um procurava fazer a sua vida. Uns estudavam mais, outros menos; todos tiveram a oportunidade de frequentar a escola. Com o passar do tempo, os filhos foram passando também para a outra vida, cada um com doença diferente.

Lucia era muito piedosa, desde criança fazia suas orações. O terço diário para ela era sagrado. A união com Deus e a devoção à Virgem Maria foi o que a motivou se consagrar ao Senhor, na vida religiosa consagrada. Sua mãe rezava muito para que a filha Lucia escolhesse o melhor caminho e fosse feliz. Com o consentimento da mãe, partiu para convento São José, em Curitiba/PR. Entrou no Postulado no ano de 1962, durante um ano fez a experiência no convívio com as Irmãs e postulantes. Aos pouco, foi se adaptando e iniciou a formação inicial. No ano seguinte, com alegria, solicitou a continuidade ao processo de formação, no Noviciado, no ano de 1963.

Nestes anos de formação, tudo o que recebeu foi significativo e importante para o crescimento de sua fé. Aprofundou-se na oração, no conhecimento da Espiritualidade e do Carisma da Congregação e nas aulas de Bíblia, lições cativantes e profundas sobre a Palavra de Deus. Tudo favoreceu para confirmar a escolha de sua vocação, o chamado de seguir Jesus Cristo na vida religiosa consagrada. Na disponibilidade e na alegria, fez a sua entrega ao Senhor pela Primeira Profissão, no ano de 1965. Foi com imenso amor e generosidade que realizou a entrega plena na Profissão Definitiva, no ano de 1970.

Nos últimos anos, o estado de saúde de Irmã Lucia foi se agravando após um derrame cerebral, atingindo a fala. Recebeu tratamento adequado, mas sem sucesso.  Esta provação de não poder se comunicar, um sofrimento doloroso, não abalou a sua fé e confiante no Senhor, manteve-se resignada com a vontade de Deus. E dia após dia, com problema vascular, sentia que suas forças se consumiam e foi internada acometida por um edema agudo pulmonar e por um enfarto cardíaco. Irmã Lucia não resistiu, partindo, no dia 13 de agosto de 2022, para a morada eterna a ela preparada pelo Amor do Pai, com 81 anos de idade e 57 anos de vida religiosa consagrada. Já nos braços amorosos do Pai, poderá cantar as maravilhas do seu Amor e as alegrias de Jesus Ressuscitado.